terça-feira, 5 de novembro de 2013
Domingo
Hoje é domingo, minha mãe;
te deita mais - hoje é domingo
Vizinhança, não te escondes:
faz barulho - hoje é domingo
Olha a rua, sai da toca,
um circular será bem-vindo
Faz um fogo na calçada,
põe cerveja que é domingo
Invejo uma outra alegria
desfilando com todo o seu brilho:
paletó, bíblia, vestido,
saia longa - hoje é domingo...
Me pergunto porquê tanto medo
Se tenho tantos defeitos,
por que não só mais um vício?
Desliguem a televisão
Tenham pena dos nossos ouvidos
Me liga ou me passa mensagens;
mas salva-me deste domingo
que o sino me tira o sossego
e o sono me toma os sentidos
Cuidado que a praça está cheia
e o centro ficou esquisito
A missa me deixa confuso,
e a fome que eu já não mais sinto?
Tirou-me todo o apetite
a pizza à noite, o domingo...
Me tirem, também, a gravata!
Nesse dia tão sereno,
sufoquei o meu sorriso.
Hugo César
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Gostei sobretudo do último verso!
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