(em homenagem a poetisa Vitória Lima)
Eu,
entre as guerras que travo comigo,
desmancho muralhas, com lápis de tinta;
tropeço em calçadas, quando perco a hora;
remendo tabus,
quando quebro as cortinas,
e faço poemas sem nome,
levanto bandeiras
de cores extintas...
Reviro no peito a bagagem cigana
- ora estou de volta;
ora estou de partida,
a sós,
entre cada conclave;
no teto a fumaça, quando o trago expira,
e elejo-me a líder de cada pedaço
das minhas amadas ovelhas perdidas,
que, além do nome de batismo,
trazemos na carne outro nome de rosa:
antes de Florbela, Anayde, ou Vitória,
nós somos mulheres,
ovários,
flor-vida.
Hugo César
Bom texto!
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