terça-feira, 5 de julho de 2016

Quadrilha


         Na concentração, o sorriso anuncia
         a felicidade, de um ano, guardada
         na linha da estampa que, à mão, foi bordada
         no corte mais simples de uma fantasia.

         No pátio, valendo, em pares brilhantes,
         desenham, no chão, caracóis e arco íris.
         É gente devota das suas raízes;
         são reis e rainhas; são noivos e amantes.

         De fora, a torcida – fiel companheira –
         forma a grande roda, em torno da terra,
         e aplaude, de pé, quando vê tanta vida:

         nos olhos, o lume maior que a fogueira;
         do peito pra fora, o grito de guerra...
         E a lágrima chove sobre a despedida.

         Hugo César

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