Eu tenho fé,
meu grande amor,
que ainda tenho um filho teu,
e pedirei, sem descansar,
ao meu bom Deus
ao meu bom Deus
pra que ele venha com a cor da cor da tua
que ele deixe a barba grande
e que o cabelo
seja do mesmo tamanho
do que cobre a tua face
até hoje, única face
que já me conhece nua
Pedirei pra que ele tenha a tua boca
que ele use as tuas roupas
que ele escute as tuas canções
que ele toque,
sobretudo,
o que tu cantas para mim
o que tu cantas para mim
porque, se depender de mim,
o violão já se parece com seus dedos
Clamarei pra que ele chegue com teu rosto
só pra eu carregar comigo
teu pedaço infinito
nos meus braços, feito andor
E, se Deus quiser,
um dia ele há de vir
um dia ele há de vir
E Deus há admitir
Me sopraram na quermesse;
todo mundo já sonhou
Me sopraram na quermesse;
todo mundo já sonhou
Porque nessas minhas preces
eu só peço o teu sorriso
como se fosse o meu terço
como se fosse o meu sangue...
até que -- mudo --
este meu coração canse
este meu coração canse
e teu verde, noutros olhos
seja o último adeus
seja o último adeus
De mim?
Não quero que ele tenha nada
além do amor, guardado em brasas,
sempre em casa
pra você.
Hugo César
pra você.
Hugo César