Arte de Elifas Andreato |
Se possível de cor clara
Engole o choro de uma vez
Sem deixar cair uma lágrima
Deixa as mágoas no espelho
Não te servirão de nada
Vê a fila como cresce
Depois que sol se desfaz
Vê os olhos e as mãos que te esperam
Com fome de riso e de mais
Toca a lona de luz negra
Entra em cena, sem demora
Não demonstra o desabafo
Do teu macacão brilhante
Sobre um coração andrajo
Que de dia também chora
Tal qual o palhaço em serviço
As moças da noite em pedágios
À custa de um sorriso avesso
Irmãos de vida e de palco
E apesar do desespero
Não expõem estardalhaço
Não tiram dos donos da festa
O prazer demasiado.
Hugo César
Hugo César